EU ME APEGO FÁCIL


Tudo bem, eu assumo: você me desarmou. Estou tão livre de armaduras que estou aqui falando coisas que a minha razão implora para eu não dizer. 

Há pouco menos de um mês eu voltei a sentir algo que não sentia fazia um bom tempo. Uma empatia imediata,  conexão tão forte que fazia com que Santo André fosse vizinha de Nova Iguaçu. Eu sorria só de ouvir as onomatopéias de uma voz embriagada de felicidade. 

Nunca havia dias cinzas. Tempo fechado? Jamais! Era sempre um calor ardente de teus olhos radiantemente alegres e brisas de positividade por entre teus sorrisos. 

Era uma coisa envolvente, questão de sincronia. A julgar pela Astrologia, já estava escrito nos astros! Taurinos, músicos, nerds, escritores, sentimentais. Cada um possuía a sua verdade dentro de si, mas quando se juntavam, pareciam uma só.

Ao menos na minha cabeça. 

Você sofreu, e eu também sabia a dor de um coração partido. Não queria preencher o buraco que foi criado em seu peito, só queria curá-lo, fazer cicatrizar de vez aquela ferida. Ele não merecia sofrer. E o fato de nunca falar sobre o que lhe aflige significa que ainda dói. 

Nunca houve sequer uma troca de olhares. Nem aquela típica guerra de cócegas ou um cafuné antes de dormir. Ou até mesmo a discussão de quem é melhor: DC ou Marvel. Porque nunca houve um encontro. 

Mas a minha mente insiste em criar momentos inexistentes, na esperança de que se tornem reais, me deixando com a saudade de um futuro que talvez nunca aconteça. 

Eu sei que tudo pode ser só uma viagem minha, mas é que eu me apego fácil. A culpa não é sua, mas deveria ser proibido alguém que mora em outro estado ser tão cheio de tudo no meio de um monte de nada. Devia ter aulas de etiqueta ao coração, lhe ensinando a se portar e não se render à pessoas tão distantes dele. 

Mas a culpa também não é do coração, coitado! A culpa não é de ninguém! Culpa se atribui a alguém que fez algo errado, mas me diga, quem aqui errou? Será mesmo tão errado se identificar tanto com alguém que acaba brotando um sentimento? Se for assim, todos nós já erramos - e muito. 

Mas, se um dia tudo o que se passa dentro de mim se faça sentir também dentro de seu peito, então não hesite. Agarre meu coração que cuidadosamente lhe entrego. 

Apenas não se deixe enganar por esse meu jeito de me apegar. Embora as borboletas em meu estômago apareçam rapidamente, o sentimento não perde o fôlego e deixa de existir em duas semanas como essas borboletinhas. Ele permanece. Então não te preocupes caso resolva juntar teu coração ao meu. Não prometo muitas coisas, mas prometo tentar fazer esse teu pobre miocárdio bater tão forte como se sambasse num sambódromo. A pulsação vai te fazer sentir mais vivo! 

E foi assim que eu me senti há pouco tempo atrás; viva. Porque embora tudo isso aconteça apenas dentro de mim, já me deixou a esperança de que não vou mais sambar sozinha. E só de sentir essa faísca faz tudo valer a pena. 

Eu sei que talvez ainda  não seja o seu momento para se abrir a novas possibilidades, mas lhe dou apenas um aviso amigo: cuidado para não se fechar demais para teus sentimentos. Você não vai gostar se não caber mais amor em ti.

E sim, eu me apego fácil, mas foi um modo que eu descobrir pra não deixar o amor em mim morrer. 
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